estátua de gato egípcio em leilão

Conheça a estátua de gato egípcio que vale uma fortuna

Uma estátua de gato egípcio com 2.300 anos vai, em breve, decorar a sala de quem se dispor a pagar algo equivalente a dois séculos do salário mínimo brasileiro pela obra.

A peça é a estrela do leilão de antiguidades na Christie’s, de Nova York, marcado para 12 de abril. O lance inicial é de US$ 700 mil — pouco mais de R$ 3 milhões. “Parece que você tem um amigo felino na sala contigo”, diz Hannah Fox Solomon, especialista da Christie’s, em comunicado no site da empresa. “Enquanto alguns exemplares podem ser angulosos, altos e esguios, este tem proporções robustas e uma sensação natural”, define.

Detalhes da estátua de gato egípcio

A escultura tem 35 centímetros de altura e foi feita em bronze, por volta de 330 anos antes de Cristo. Acredita-se que o bichano teria sido entregue como uma oferenda a Bastet, deusa egípcia com corpo de mulher e cabeça de gato, associada à saúde e fertilidade. De acordo com a Christie’s, esse é um dos maiores exemplares que sobreviveram desde a antiguidade. 

As orelhas da estátua de gato egípcio têm furinhos, para que os devotos de Bastet pudessem pendurar ornamentos. Acredita-se que nesses furos havia brincos de ouro, e que os olhos eram decorados com pedras preciosas ou vidro. Ao redor do pescoço do bichano há o desenho de um colar, e no peito está gravado o Olho de Hórus — que simboliza proteção e bem-estar.

Dentro da peça, há uma cavidade, onde, segundo estudiosos, possivelmente havia a múmia de um gato — perdida com o tempo. O que não se perdeu em milhares de anos foi o status da escultura: a detalhada reprodução de um bichano em bronze só poderia ser financiada por gente muito rica à época. “É bastante notável se você pensar na riqueza que o patrono teria para fazer uma oferta (à deusa) de alta qualidade como esta”, diz a especialista da casa de leilões.

O gato em bronze foi esculpido com a coluna reta, o rabo enrolado nas patas, a cabeça erguida orgulhosamente e as orelhas em posição de sentido. Sua forma felina é trazida à vida por modelagem precisa e naturalista, com detalhes finos, como tufos de pelo marcados em suas orelhas.

A estátua de gato egípcio foi feita durante o período ptolomaico — dinastia que leva o nome de Ptolomeu I Soter, um general que serviu sob Alexandre, o Grande, e que conquistou o Egito após a morte do conquistador macedônio. A última liderança dessa dinastia foi Cleópatra, que se envolveu amorosamente com Júlio César e mais tarde com Marco Antônio.

História dos gatos no antigo Egito

Os egípcios podem ter sido os primeiros ‘loucos dos gatos’. A veneração aos bichanos resistiu aos milênios em diversos achados arqueológicos e registros históricos. As primeiras referências da arte egípcia aos gatos têm mais de 4 mil anos. 

A deusa com cabeça de gato, Bastet, era uma das mais adoradas, com direito a um festival anual em sua homenagem. A festa era realizada na cidade de Bustatis, onde estava o principal templo em homenagem a Bastet, e as celebrações eram acompanhadas de grandes bebedeiras — onde “mais vinho era bebido do que em um ano inteiro”, segundo o historiador grego Heródoto (484 a.C.- 425 a.C).

Além de terem uma deusa com cara de gato, desenharem gatos nas paredes de seus templos e túmulos, claro que os egípcios também tinham bichanos em suas casas. E há registros que quando um de seus gatinhos morria, os donos raspavam as sobrancelhas para que todo mundo soubesse de sua dor pela perda.

Conforme a casa de leilões, o gato que está sendo leiloado já foi de propriedade de Robert Sturgis Ingersoll (1891-1973), presidente do Museu de Arte da Filadélfia de 1948 a 1964. Não são dadas informações sobre quem seria o atual dono do bichano.

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